sexta-feira, 1 de abril de 2011

Memórias

Olá, chamo-me Anabela e tenho 15 anos. Hoje apenas me lembro de acordar, vestir-me e ir para a escola a pé. Lembro-me também de que tinha um trabalho para apresentar e que, tão pessimista e com tão baixa auto-estima como sempre, pensava que me iria correr mal. Mas sempre fui assim, sempre pensei que tudo o que fizesse seria mal feito e que se desaparecesse, ninguém sentiria a minha falta, até hoje…
Não me lembro bem do que aconteceu… sinto-me vazia, não vejo nada, não ouço nada, não sinto nada. Parece que passei para outro mundo, o mundo dos Sonhos, aquele em que tudo é possível. Mas se assim fosse, deveria estar num mundo cheio de cor, cheio de alegria, e, em vez disso, só me lembro de memórias. Memórias dos momentos que mais me marcaram, aqueles que nunca vou esquecer. E, por instantes, quis recordá-los…
Comecei a sonhar, a recuar no tempo, a voar nas profundezas da minha memória e lembrei-me do momento em que a minha irmã nasceu. Tão linda e pequenina neste mundo de grandes, como um passarinho que, mal sai do seu refúgio, se depara em cima de uma árvore com receio de dar o primeiro passo e voar.
Continuei a recordar e lembrei-me daqueles dias quentes de Verão, a andar na praia ao pôr-do-sol, com aquela brisa refrescante de água salgada. Quando fechava os olhos tinha comigo o som das ondas e a sensação de ter aquela imensidão de água pura e límpida toda para mim.
Lembrei-me das férias em casa da minha tia em que passava a tarde a correr pelos campos, de onde emanava aquela mistura de aromas das diversas flores de mil cores que, juntas, faziam o perfume perfeito e típico lá da aldeia. E do tempo em que ia com o meu avô para o bosque à procura de pinhas, os dois de mão dada, aquela mão velha que levava muita história, e aí encontrava-me com o misterioso som da floresta e a extraordinária melodia do canto dos passarinhos.
Recordei também o momento em que descobri finalmente o que é amar alguém, ter o nosso primeiro amor, a sensação de ser de alguém e ter alguém connosco, em quem confiar, a quem poder contar as nossas mágoas, os nossos desabafos…
De repente, acordo com o barulho de uma máquina. Ainda não me lembro do que aconteceu, ainda me sinto muito confusa. Já recuperei alguns sentidos, já ouço alguém falar. Mas o que estarão a dizer? Agora, sinto-me mais leve, começo a ver o meu corpo como se estivesse do lado oposto. Vejo os médicos a falar, mas não entendo o que se passa. Sigo até ao hall de entrada do hospital, e vejo os meus pais e a minha irmã a chorar. É nesse momento que me apercebo do que se está a passar. O acidente fez de mim alguém consciente de que sou amada por alguém, infelizmente, tarde demais.

Ana Soares (14 anos)

Concurso de Escrita Criativa - Prémio Menção Honrosa

Texto escrito em 2011

terça-feira, 29 de março de 2011

Adoro-te

Não sei que dizer, fazer ou pensar,
Eras um amigo em quem podia confiar.
Não sei porque decidiste resolver tudo desta maneira,
Quem me dera ter-te de novo 1 segundo à minha beira.

Neste momento era capaz de dar tudo para te ver,
Dar tudo, para apenas um sorriso teu receber.
Poder, rever aqueles momentos em que me dizias se estava certa,
Aqueles momentos em que corrigias a minha inocente acção mais incorrecta.

E também aqueles momentos em que me fazias rir,
Aqueles em que davas tudo só p’ra me ver sorrir.
E desculpa aqueles momentos em que por mim te sentiste magoado,
Aqueles momentos em que te fiz parecer que tudo estava errado.

Desculpa por tudo, eu não fiz por mal,
E que não escrevas nesta historia esse “teu triste final”.
Bem, neste momento não posso pedir mais que o teu perdão…
Pois tudo o que fiz por ti, nunca foi em vão…

Ana Soares (14 anos)

Poema escrito em 2011

sábado, 8 de janeiro de 2011

Para ti



Tomavas a iniciativa,
Vinhas falar comigo,
Não sabia que me amavas,
Mas que tinhas algo escondido.

Num dia mais triste,
Num dia de pouca sorte,
Não digo que tenha sido amor,
Mas senti algo mais forte.

O tempo passou,
Para mim rápido de mais.
E de um momento para o outro,
Os meus sentimentos tornaram-se mais reais.

Escreveste o teu nome na minha mente,
Deste paz à minha alma,
Com amor protegeste o meu coração,
Digo-te: Amor, dás-me calma.

Agora parece que tudo mudou.
Eu tomo iniciativa, contigo quero estar.
Mas tu pareces mais distante,
Pergunto-me se é comigo que ainda queres ficar.

Lembro-me bem daquele dia,
Em que nem uma palavra disseste.
As saudades que tive,
A falta que me fizeste.

Peço-te (e agora ainda com mais força),
Não me voltes a deixar!
Sem ti, é difícil viver, és demasiado importante para mim,
És aquele que vou sempre amar.

Ana Soares (14 anos)


Poema escrito em 2010

Como a vida dá voltas e voltas...

Tudo estava tão bem,
Eu sabia que podia durar,
Mas o tempo passou
E tudo começou a mudar.

Eu só queria saber porque sinto isto?!
Porque é que este amor faz chorar?
Porque é que apenas antes, eras o tal
Eras aquele que queria conquistar?

Não sei se foi a minha escolha a errada,
Ou o caminho que tomei, incorrecto
Só sei que agora estou onde mais temia estar
Perdida num deserto.

Pensei que estava segura,
Nada mudaria a nossa relação,
Apesar de saber o que estava a passar
Já não sentia a faca cravada no coração.

Tiraste-me a tristeza,
Tiraste-me a dor,
Tiraste-me a angústia,
E deste-me amor.

O teu medo de dizer algo que me podia magoar,
Ainda mais me apaixonava.
Apesar dos meus problemas,
Cada dia que passava, melhor ficava.

Pergunto-me: O que foi que mudou,
Para acabar assim?
Porque é que tem de acabar?
Porque é que tem de haver um fim?

Se ainda me amas, porque o escondes?
Só é impossível se acreditares que assim será
Eu acredito que é possível,
E o meu amor por ti nunca acabará…


Ana Soares (14 anos)


Poema escrito em 2010

Uma amizade verdadeira é para sempre!



Perdoa-me se te magoei,
Eu não fiz por mal
Eu nunca te excluí da minha vida
Apenas algo na minha correu mal…

Não quero que a nossa amizade acabe,
Pois és demasiado importante para mim.
Quero que continue um “amigas p'ra sempre”
E que seja assim até ao fim.

Não sabes o quanto me dói o facto de te perder,
É saber que contigo nunca mais vou falar, nunca mais vou estar.
Saber que desperdicei uma amiga que me amava
E que eu continuo a amar (muito)

Desculpa mais uma vez, foi tudo sem intenção.
Adoro-te muito amiguinha, ficarás para sempre no meu coração
Espero que me perdoes, por mais magoada que estejas,
E apesar de tudo o que vá acontecer, espero que não me esqueças…

Ana Soares (14 anos)


Poema escrito em 2010

Para alguém especial

No mundo, não há duas pessoas iguais,
Não há ninguém igual a ti,
Ninguém te pode substituir,
E ninguém te pode amar como eu te amo…

A vida é difícil para todos,
Para mim sempre foi!
Vivia num mundo negro e escuro!!!
Mas desde que te conheci…tudo mudou.

O meu mundo ficou mais colorido, cheio de luz!!!
Pois foste o Sol que o iluminou.
Durante uns instantes, o preto tornou-se branco!!!
Ganhei mais vida!

Quando estava ao pé de ti, mudava completamente…
Não quero estar com mais ninguém!!
Foste tu quem me mudou…e por ti vou mudar sempre…
Nunca te vou esquecer…

Ana Soares (13 anos)


Poema escrito em 2009

A Vida como um Jogo

Para mim, tudo é diferente,
A Vida para mim, não é a Vida,
Para mim é um Jogo,
Uma esperança às vezes perdida.

Se a Vida é um jogo,
Um ano é um nível,
Um nível cheio de obstáculos,
É um jogo terrível.

Fácil ou difícil,
Temos todos de o passar,
Por muito complicado que seja,
Esperança não nos pode faltar.

Acredita em ti mesmo,
Isso te ajudará a passar,
Todos sabemos que é complicado,
Mas também sabemos que és capaz de ultrapassar.

Nunca desistas do jogo,
Aceita sempre os desafios,
Tens a tua família do teu lado,
E não te esqueças dos teus amigos.

Amigo, será sempre amigo,
Nunca te abandonará,
Estejas fugido ou perdido,
Ele sempre te ajudará.

A Vida está dividida em 5 partes,
Família, escola, amor, saúde e amigos,
Quando alguma coisa corre mal,
Pensamos logo que estamos perdidos.

Não nos podemos esquecer,
Que o resto está lá para ajudar,
Temos de ter forças e lutar,
Acreditar que conseguimos ganhar.

Se ganhas o Jogo,
Ganhas a Vida,
Ganhas um século,
Uma felicidade garantida.

Ana Soares (12 anos)


Poema escrito em 2008